Devido ao surgimento do novo coronavírus (Covid-19), algumas medidas de saúde global estão sendo tomadas no mundo todo, com o objetivo de diminuir a disseminação do vírus e proteger as pessoas de risco (principalmente os idosos e pessoas com alguma comorbidade). Uma dessas medidas é a quarentena, e com ela acontece o isolamento social e o aumento dos trabalhos em casa (home office).
Com relação à saúde mental, alguns fatores são considerados estressores, como o aumento do tempo de confinamento, medo de se infectar com o vírus, frustração, tédio e problemas financeiros. Além disso, os estudos mostram que longos períodos em casa podem aumentar o comportamento de inatividade e contribuir para sentimentos de ansiedade e depressão, que podem levar a um estilo de vida mais sedentário, que por sua vez, pode provocar condições crônicas de saúde, como o aumento das dores crônicas.
Exercícios seguros, simples e facilmente implementáveis são adequados para evitar o contágio e manter os níveis de condicionamento físico. Tais formas de exercício podem incluir, entre outros, exercícios de fortalecimento, atividades de equilíbrio, exercícios de alongamento ou uma combinação deles.
Exemplos de exercícios em casa incluem: marcha estacionária, subir escadas ou rampas, levantar e transportar compras, sentar e levantar da cadeira, agachamentos, abdominais e flexões. Além disso, yoga, meditação e pilates devem ser considerados, pois, não requerem equipamento, exigem pouco espaço e podem ser praticados a qualquer momento.
O uso da telereabilitação, que se concentra no incentivo e na promoção de saúde pela Internet, tecnologias móveis e televisão, são outros caminhos viáveis para manter a função física e a saúde mental durante esse período crítico.
Além da manutenção do condicionamento físico, existem evidências do efeito analgésico induzido pelo exercício, liberando substâncias que atenuam a sensibilidade à dor; e também reduz a suscetibilidade infecções virais e bacterianas, sugerindo que existem mecanismos em jogo que melhoram a função imunológica geral.
O objetivo deve ser realizar pelo menos 30 minutos de atividade física moderada todos os dias e / ou pelo menos 20 minutos de atividade física vigorosa a cada dois dias, regularmente. Crianças, idosos e pessoas que já experimentaram sintomas da doença ou são suscetíveis a doenças cardiovasculares, ou pulmonares crônicas devem procurar orientação de profissionais de saúde sobre quando é seguro se exercitar.
Dadas as preocupações com a crescente disseminação do COVID-19, é imperativo que as precauções de controle e segurança de infecção sejam seguidas. Ficar em casa é uma etapa fundamental de segurança que pode limitar que as infecções se espalhem amplamente. Atividades e exercícios de rotina em um ambiente doméstico seguro é uma estratégia importante para uma vida saudável durante a crise do coronavírus.
Nesse sentido, ecoamos fortemente a citação do Dr. Steven Blair e do Dr. Ken Powell: “Alguma atividade é melhor que nenhuma, e mais é melhor que menos”.
Referências:
Chen P, Mao L, Nassis GP, Harmer P, Ainsworth BE, Li F. Coronavirus disease (COVID-19): The need to maintain regular physical activity while taking precautions. J Sport Health Sci. 2020;9(2):103‐104. doi:10.1016/j.jshs.2020.02.001
Smith BE, Hendrick P, Bateman M, et al. Musculoskeletal pain and exercise-challenging existing paradigms and introducing new. Br J Sports Med. 2019;53(14):907‐912. doi:10.1136/bjsports-2017-098983